"E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?”: Um dia após minimizar o fato de o Brasil ter ultrapassado a China na quantidade de mortos pela Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro disse que não pode ser responsabilizado pelos óbitos no país.
Foto: Reprodução/RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES
Na noite da última terça-feira (28), o Brasil bateu um novo recorde de mortes por coronavírus registradas em 24 horas, com 474 novas vítimas, registrando 5.017 óbitos. O país ultrapassou a China (4.637) no número total de óbito causados pela doença. Atualmente, o Brasil é 9º país com mais vítimas do mundo.
Na noite de terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) lamentou o recorde diário de mortes no Brasil e afirmou que não tinha como fazer milagres diante da pandemia. O presidente ainda usou o próprio nome - Jair Messias - para fazer um trocadilho com a situação. "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre", reagiu ele à pergunta de um jornalista em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília.
A fala do presidente repercutiu em toda a imprensa brasileira e mobilizou as redes sociais e levou a uma enxurrada de interações que criticam a postura de Bolsonaro.
Nesta quarta-feira (29), o presidente voltou a falar sobre a situação do país e afirmou que a cobrança das mortes provocadas pelo novo coronavírus no Brasil devem ser feitas a governadores e prefeitos que adotaram medidas de isolamento para tentar conter o contágio da doença.
“O Supremo decidiu que quem decide essas questões [de combate ao coronavírus] são governadores e prefeitos. Então, cobrem deles. A minha opinião não vale. O que vale são os decretos dos governadores e prefeitos”, afirmou Bolsonaro.
Bolsonaro discute com governadores e prefeitos desde o início do surto no Brasil as medidas de restrição. O presidente defende o retorno do comércio, das aulas e dos jogos de futebol. Bolsonaro também declarou que sugere ao Ministério da Saúde medidas para o retorno à normalidade “com responsabilidade” e que países que adotaram isolamento horizontal (mais restritivo) registram maior número de mortes por coronavírus.
FONTE: G1