Atualmente, apenas uma torre de telefonia da operadora Vivo foi instalada no bairro.
Mesmo quando a internet está disponível, a precariedade do serviço fica evidente, uma vez que interrupções constantes são comuns. Foto: Reprodução
O bairro rural do Ponunduva, localizado em Cajamar, tem enfrentado grandes desafios no que diz respeito à conectividade e ao acesso à internet. Enquanto o Brasil se prepara para a chegada do 5G e algumas áreas urbanas já desfrutam da tecnologia 4G, os moradores de Ponunduva ainda não possuem sequer cobertura de redes móveis básicas, como o 4G, tornando as inovações tecnológicas um mero sonho para eles.
A situação é tão grave que, atualmente, apenas uma torre de telefonia da operadora Vivo foi instalada no bairro. Isso força os moradores a dependerem de alternativas como a internet via sinal de rádio, que é limitada e frequentemente indisponível devido à falta de investimentos das operadoras na região. Mesmo quando a internet está disponível, a precariedade do serviço fica evidente, uma vez que interrupções constantes são comuns, especialmente durante tempestades ou danos na infraestrutura de cabeamento, chegando a demorar mais de dois dias para serem solucionadas.
Essa falta de cobertura de sinal de telefonia e internet móvel impacta diversas áreas da vida dos moradores do Ponunduva. Na Unidade de Estratégia de Saúde da Família local, por exemplo, os contatos com os pacientes muitas vezes precisam ser realizados de forma presencial devido à instabilidade da conexão das linhas de telefonia internet, mesmo que haja disponibilidade de internet Wi-Fi na unidade.
Diante da realidade enfrentada, a população do bairro tem cobrado tanto das operadoras quanto do poder público ações para fornecer o serviço de forma digna e satisfatória. Infelizmente, a falta de investimentos das operadoras na região tem sido uma grande barreira para a melhoria da conectividade em Ponunduva.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) também tem um papel relevante nessa questão. A ampliação do sinal 4G para localidades rurais e rodovias é uma exigência de contrapartida para as empresas que venceram o leilão do 5G no Brasil, o que poderia ajudar a reduzir os chamados "desertos de sinais" em bairros rurais como Ponunduva.
Um engenheiro de controle e automação de Jundiaí, Paulo André Feitosa, destacou que o principal motivo para a falta de acesso a redes móveis em regiões remotas é o fator financeiro. Segundo ele, o custo de instalação e manutenção de infraestrutura em áreas afastadas é elevado, o que desencoraja as operadoras a investirem nessas localidades, a menos que haja uma obrigatoriedade legal.
Quanto às operadoras, a Vivo, que possui uma torre no bairro de Ponunduva, alega que a escolha das áreas que receberão aumento de cobertura é baseada em critérios técnicos e econômicos, e que as estações precisam ser economicamente viáveis. A empresa afirma ter planos de melhorar o serviço na zona rural de Cajamar com tecnologia 4G entre os anos de 2023 e 2028. No entanto, as operadoras Claro e TIM, que também vão oferecer o 5G no país, não responderam às solicitações de comentários até o momento desta reportagem.
Enquanto o desenvolvimento tecnológico avança em algumas partes do Brasil, é essencial lembrar que a inclusão digital e o acesso à internet de qualidade são fundamentais para garantir que todas as regiões e comunidades possam usufruir dos benefícios da conectividade e do progresso tecnológico. É fundamental que esforços conjuntos sejam feitos para garantir que as áreas rurais e distantes também sejam contempladas com serviços adequados de telecomunicações.