Prefeitura de Cajamar determina intervenção na gestão do hospital municipal por 90 dias
Medida foi tomada após morte de bebê de 11 meses.
Fachada do Hospital Municipal Enfermeiro Antonio Policarpo de Oliveira, o Regional em Cajamar
A Prefeitura de Cajamar, determinou na tarde da última quarta-feira (29) a intervenção do Hospital Municipal Enfermeiro Antonio Policarpo de Oliveira (Hospital Regional, pelo período inicial de 90 dias.
O hospital é administrado pela Organização Social de Saúde Diretrizes. A intervenção na gestão do hospital ocorre após a morte de um bebê de 11 meses, onde famíliares acusam a unidade por negligência médica. O período da intervenção pode ser prorrogado.
O Tribuna Notícia procurou a OS para falar sobre a interdição do hospital, mas não conseguiu um posicionamento até a publicação desta reportagem.
Nos últimos meses, a Secretaria Municipal de Saúde apurou uma série de reclamações e de problemas relacionados ao atendimento aos pacientes. De acordo com a prefeitura, antes de determinar a intervenção, a Secretaria Municipal de Saúde tentou durante meses solucionar os problemas com a OS, exigindo providências e até aplicando penalidades administrativas. No entanto, os problemas não foram sanados.
O Hospital Municipal Enfermeiro Antonio Policarpo de Oliveira é o único hospital da cidade credenciado pelo SUS para atendimentos de média e baixa complexidade nas quatro clínicas médicas (cirurgia, pediatria, ortopedia e obstetrícia). A unidade não tem recursos para atendimento de alta complexidade e os casos de emergência são encaminhados para hospitais de referência, entre eles o Hospital Estadual Prof. Carlos da Silva Lacaz, em Francisco Morato e o Hospital Estadual "Dr. Albano da Franca Rocha Sobrinho" em Franco da Rocha. Os dois hospitais de referências são do Governo do Estado e gerenciados por uma Organização Social.
SINDICÂNCIA
O prefeito de Cajamar, Danilo Joan (PSD), utilizou as redes sociais, na noite da última terça-feira (28), para comunicar que abriu uma sindicância para investigar o atendimento prestado ao bebê Pedrinho, de 11 meses, que teve morte subita após passar por atendimento no hospital de Cajamar. O gestor também manifestou apoio à família da criança.
No vídeo, o prefeito explicou que está em andamento uma ampla investigação e que a médica e a enfermeira foram afastadas enquanto o caso será apurado. “Confesso que o dia de hoje é o mais triste para mim. Não sou médico e estou prefeito e todas as medida que cabem a mim, no caso do Pedrinho, serão tomadas. Hoje, já abrimos uma sindicância, estamos aguardando a perícia médica. A enfermeira e a médica que fizeram o atendimento foram afastadas”, iniciou o gestor.
Danilo Joan ainda declarou que antes de ser gestor público é um cidadão de Cajamar e que lutará para que a Justiça seja feita. “Antes de ser prefeito, eu também sou cidadão de Cajamar e também quero Justiça, esse é meu compromisso como cidadão. No que depender de mim, essa família vai sentir que a Justiça foi feita, pois ela será feita. Se a família precisar pode escolher qualquer advogado e como cidadão quero ajudar, pois se tiver que processar algum culpado, nós vamos fazer. O que nós queremos entender é se houve culpados. Quem é? Então, que essa pessoa seja punida e cumpra sua pena pelo que houve com o Pedrinho”, completou.
O CASO
Na quinta-feira (23), Pedrinho de 11 meses foi levado ao hospital de Cajamar com sintomas de virose. Após passar com o médico, a criança foi medicada e segundo a família, no sábado (25), ao receber a última dose do medicação, a criança começou a convulsionar, fato que teria ocasionado uma parada cardiorrespiratória. O velório e sepultamento do bebê ocorreu na terça-feira (28).