Somente nos cinco primeiros meses de 2022, a Grande São Paulo registrou 14 casos de feminicídios
Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, uma mulher é vítima de feminicídio a cada sete horas no Brasil
O município de Franco da Rocha infelizmente ganhou manchetes nos principais telejornais policiais no últimos dias por dois casos de feminicídio em uma semana.
O primeiro caso é de Girlene Rodrigues da Silva, de 38 anos, que foi encontrada morta próximo à casa onde ela morava na manhã do último domingo (10).
A vítima estava desaparecida desde o dia (04) quando saiu para visitar o filho que morava com o pai. O corpo de Girlene foi localizado oito dias após o sumiço, escondido atrás de um muro ao lado da linha da CPTM, em estado de decomposição.
Familiares suspeitam que o ex-marido, Ricardo da Silva, de 45 anos, seja o culpado do crime. Segundo eles, o casal tinha um relacionamento conturbado e constantemente o homem ameaçava a ex-mulher.
A polícia começou a monitorar o suspeito porque ele ficou desaparecido alguns dias durantes as buscas. Ele foi preso em flagrante e teve a prisão preventiva decretada. A causa da morte ainda não foi identificada.
Morta pelo vizinho
No segundo caso, Daniela Ramos, de 32 anos, foi morta pelo vizinho motivado por ciúmes. Segundo familiares, Wilson Ângelo (conhecido como Eith), de 64 anos, tinha obsessão pela vítima e queria manter um relacionamento amoroso com Daniela.
Após diversas investidas de Wilson, a vítima passou a ser constantemente ameaçada por recusar-se a namorar com ele. Revoltado com a situação, o suspeito, então, resolveu matar Daniela com as próprias mãos.
O corpo da vítima foi encontrado por um amigo, na última terça-feira (12), no quarto em que ela dormia. Wilson foi preso e confessou o crime. O criminoso já respondia por outro homicídio e estava solto desde 2013. Daniela deixa três filhos menores de idade.
Um feminicídio a cada sete horas no Brasil
Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, uma mulher é vítima de feminicídio a cada sete horas no Brasil. Isso significa que ao menos 3 mulheres morrem por dia no país.
A análise tem como base informações das secretarias estaduais de segurança pública.
Em 2021, 1.341 mulheres morreram por serem mulheres, enquanto em 2020 o número de vítimas foi 1.354. A taxa de assassinatos por 100 mil mulheres era de 1,3 e passou a 1,2, uma queda de 1,7%.
Somente nos cinco primeiros meses de 2022, a Grande São Paulo registrou 14 casos de feminicídios. A capital paulista teve nove ocorrências do tipo. No total, 64 mulheres morreram nos primeiros meses do ano no estado de São Paulo somente por serem mulheres. Os dados são da Secretária de Segurança Pública do Estado de São Paulo.