Polícia Civil ouve testemunhas da ação da PM que deixou 9 mortos e 12 feridos em Paraisópolis
Uma mulher e 8 homens morreram pisoteados em um baile funk no fim de semana. Nesta segunda-feira (2) testemunhas da ação da Polícia Militar começaram a ser ouvidas pela Polícia Civil.
Foto: Reprodução/Internet
Nove mulheres, sendo uma mulher e oito homens, morreram pisoteados durante um baile funk na comunidade de Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo, na madruga do último domingo (1). Nesta segunda-feira (2) testemunhas da ação da Polícia Militar começaram a ser ouvidas pela Polícia Civil.
Frequentadores do baile, parentes de vítimas e outros policiais que ajudaram a socorrer as vítimas serão ouvidos pelos policiais do 89° DP, no Portal do Morumbi. Seis policiais militares que participaram da ação no baile foram ouvidos na tarde de domingo. As armas deles foram apreendidas.
Desde a ação, diversas versões foram apresentadas. Segundo a polícia, agendes do 16° Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M) realizavam uma Operação Pancadão na comunidade, quando foram alvo de tiros disparados por dois homens em uma moto. A dupla teria evadido fugido em direção ao baile funk ainda atirando, o que provocou tumulto entre os frequentadores do evento, que tinha cerca de 5 mil pessoas.
Porém, os frequentadores do baile contestam a versão dos PMs. De acordo com a mãe de uma adolescente de 17 anos que estava no local e foi agredida com uma garrafa, os policiais fizeram uma emboscada para as pessoas que estavam no baile.
O porta-voz da Polícia Militar, o tenente-coronel Emerson Massera, defendeu a atuação dos policiais. Segundo ele, nenhum policial efetuou disparos com armas de fogo e afirmou que os criminosos em fuga usaram os frequentadores para se se proteger. O porta-voz também disse que os vídeos que mostram agressões de policiais serão analisados.
Na noite de domingo (1), na comunidade de Paraisópolis, familiares, amigos e moradores realizaram um protesto contra a ação da Polícia Militar. O grupo carregava cartazes pedindo justiça. A manifestação foi pacífica.
Vítimas
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, uma mulher ferida no tumulto permanece internada, já as outras 11 pessoas que recebera, atendimento médico já foram liberadas.
Saiba quem são as vítimas fatais:
Marcos Paulo Oliveira dos Santos, de 16 anos, Dennys Guilherme dos Santos Franca, de 16 anos, Denys Henrique Quirino da Silva, de 16 anos, Gustavo Cruz Xavier, de 14 anos, Gabriel Rogério de Moraes de 20 anos, Mateus dos Santos Costa, de 23 anos, Bruno Gabriel dos Santos, de 22 anos, Eduardo Silva, de 21 anos e Luara Victoria de Oliveira, de 18 anos.
Três dos nove corpos já foram liberados pelo Instituto Médico Legal (IML). Os corpos de Gabriel Rogério Morais, 20 anos, e do Gustavo Cruz Xavier, 14 anos, que estavam no IML Central já foram retirados pelos familiares. E o corpo de Denys Henrique Quirino da Silva, 16 anos, que estava no IML Sul já deixou o local.
FONTE: G1