Serviço 'Procon Racial' foi criado para atender vítimas de racismo e coibir esse tipo de crime em estabelecimentos comerciais. Multa a estabelecimentos pode chegar a R$ 10 milhões.
Foto: Ana Flávia Rodrigues
O Procon-SP criou um canal para receber denúncias de casos de racismo em estabelecimentos comerciais. A iniciativa acontece em parceria com a Universidade Zumbi dos Palmares. O serviço já está disponível no
site do Procon-PS.
“O Procon Racial tem origem na constatação de que, também nas relações de consumo, existe um racismo dissimulado. Essa discriminação, que acontece no comércio e na prestação dos serviços, manifesta-se na hostilidade das ações dos seguranças, na recusa em atender o cliente etc.” afirma o diretor executivo do Procon-SP, Fernando Capez.
A parceria entre as instituições prevê ainda a formação de um núcleo de combate ao racismo na Diretoria de Fiscalização – com viaturas e fiscais próprios – além do apoio e incentivo aos Procons Municipais conveniados para as ações de fiscalização locais.
Além disso, a Universidade dará atendimento jurídico e psicológico aos consumidores vítimas de discriminação nas relações de consumo.
Pesquisa sobre discriminação
Uma pesquisa feita pelo Procon em 2019 com mais de 1,6 mil consumidores mostrou que, 65% das pessoas pretas afirmaram ter sofrido algum tipo de discriminação no comércio. No público geral, o índice ficou em 55%.
Racismo é crime previsto em Lei
O crime de racismo, previsto em lei, é aplicado se a ofensa discriminatória é contra um grupo ou coletividade — por exemplo: impedir que negros tenham acesso a estabelecimento. O racismo é inafiançável e imprescritível, conforme o artigo 5º da Constituição.