Ministério da Saúde suspende compra da vacina Covaxin após denúncias de superfaturamento
Ministro Marcelo Queiroga afirmou que o contrato para a compra de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin será suspenso diante de recomendação da Controladoria-Geral da União. CGU investigará a compra do imunizante, que é foco de investigação na CPI da Pandemia.
Foto: Vishal Bhatnagar/NurPhoto/Getty Images
Após polêmicas envolvendo o contrato para a compra da vacina indiana Covaxin, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, decidiu suspender a negociação, intermediada pela farmacêutica brasileira Precisa Medicamentos.
A suspensão ocorre no mesmo dia em que a Precisa solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a autorização para o uso emergencial da Covaxin no país.
O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. "Por orientação da Controladoria-Geral da União, por uma questão de conveniência e oportunidade, decidimos suspender o contrato para que análises mais aprofundadas sejam feitas", disse.
Queiroga disse que o Ministério da Saúde vai fazer uma "apuração administrativa", embora, em nota, o a pasta tenha informado que não identificou irregularidades no contrato. A decisão de suspender o contrato, segundo a nota, terá por objetivo fazer uma "análise mais aprofundada".
"De acordo com a análise preliminar da CGU, não há irregularidades no contrato, mas, por compliance, o Ministério da Saúde optou por suspender o contrato para uma análise mais aprofundada do órgão de controle. Vale ressaltar que o Governo federal não pagou nenhum centavo pela vacina Covaxin", diz a nota.
O contrato para a compra de 20 milhões de doses da vacina indiana foi assinado pelo Ministério da Saúde em 25 de fevereiro e é alvo de investigação da CPI da Covid-19, desde que Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, e seu irmão, o deputado Luis Miranda (DEM/DF), apontaram irregularidades da pasta e em outros setores do governo para a compra do imunizante.