Em meio a suspeitas de superfaturamento na venda do imunizante ao governo, a Precisa Medicamentos solicitou liberação do antígeno no país. A Covaxin demonstrou 78% de eficácia geral contra a Covid-19.
Foto: Bharat Biotech
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu, nesta terça-feira (29), um pedido de uso emergencial da vacina contra a Covid-19 Covaxin. A solicitação foi feita pela empresa Precisa Comercialização de Medicamentos.
O prazo de análise da requisição pode ser de sete ou trinta dias, a depender do caso específico. A Anvisa não informou o prazo da Covaxin. “As primeiras 24 horas serão utilizadas para fazer uma triagem do processo e verificar se os documentos necessários para avaliação estão disponíveis. Se houver informações importantes faltando, a Anvisa pode solicitar as informações adicionais ao laboratório”, afirmou a agência.
A Covaxin não está entre as 6 vacinas com uso emergencial aprovado pela OMS.
Eficácia da Covaxin
Em dados preliminares dos estudos de fase 3 em seres humanos divulgados em março deste ano, a eficácia geral da Covaxin ficou em 81%. Um mês depois, outro resultado, também preliminar, mostrou que a eficácia ficou em 78%, sendo de 100% em casos graves, em que é necessário a internação de pacientes em UTI.
O imunizante é aplicado em duas doses, com um intervalo de quatro semanas, e em adultos acima de 18 anos.
Covaxin na da CPI da Pandemia
A vacina indiana Covaxin, produzida pelo laboratório Bharat Biotech, está na mira de investigação do Tribunal de Contas da União (TCU), além da Controladoria-Geral da União (CGU), do Ministério Público Federal (MPF) e também da CPI da Pandemia.
Entre as possíveis irregularidades da transação está o preço acertado pelo governo para o imunizante que seria 1000% mais caro do que o valor inicial.
A Covaxin foi a vacina mais cara negociada pelo governo federal até agora: US$ 15 a unidade (equivalente a cerca de R$ 74). O valor é 3 vezes maior que a vacina da AstraZeneca (US$ 5,25) e também é mais caro do que o valor de compra que foi oferecido ao Brasil da vacina da Pfizer, de US$ 10 (cerca de R$ 49) a dose – que demorou a ser comprada pelo governo sob a alegação de ser cara.
O contrato para aquisição da Covaxin é de R$ 1,6 bilhão, com dispensa de licitação, para 20 milhões de doses que ainda não têm prazo de entrega.
O presidente Jair Bolsonaro é acusado de ter sido alertado pelos irmãos Miranda sobre as suspeitas e cometido o crime de prevaricação. O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues, e os senadores Jorge Kajuru e Fabiano Contarato protocolaram nesta segunda-feira no STF uma notícia-crime contra Bolsonaro.
FONTE: CNN Brasil