Governo paulista diz ter enviado nove ofícios relatando risco de desabastecimento em mais de 600 hospitais. Remédios são necessários para tratamento de pacientes na UTI em estado grave de Covid-19.
Foto: Miguel Schincariol / AFP
O governo de São Paulo diz ter enviado nove ofícios, ao longo de 40 dias, relatando risco de desabastecimento do ‘kit intubação’ em mais de 600 hospitais e solicitando o envio dos medicamentos para o estado, anunciou o secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (14), no Instituto Butantan.
O kit é composto por sedativos e neurobloqueadores, que são usados para relaxar a musculatura, a caixa torácica e ajudam os pacientes permanecer com ventilação mecânica e a suportá-la.
Segundo Gorinchteyn, o último documento foi enviado ao ministério nesta terça-feira (13). A gestão estadual busca repor o atual estoque da medicação, atualmente suficiente para alguns dias, de acordo com o secretário.
No documento, Gorinchteyn diz que o Ministério da Saúde manteve o estado de São Paulo sem fornecimento de medicamentos por 6 meses, que não esclarece qual o critério adotado para distribuição, e que a pasta “não atuou e não atua como coordenadora nacional do SUS, abandonando os demais entes federativos à própria sorte, criando um cenário de quase caos na disputa por medicamentos do ‘kit intubação’".
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde reforçou que a última entrega do governo federal para São Paulo ocorreu no final de março, com 6% do que é preciso para atender a demanda mensal da rede pública do estado.
Ainda na terça-feira (13), o governador João Doria afirmou que vai recorrer ao exterior para fazer uma compra emergencial dos kits.
Em nota, o Ministério da Saúde informou que aguarda para esta quinta-feira (15) a chegada de 2,3 milhões de medicamentos para intubação. "Os insumos foram doados por um grupo de empresas formado pela Petrobras, Vale, Engie, Itaú Unibanco, Klabin e Raízen. Os medicamentos saíram da China nesta quarta-feira (14). Assim que chegarem ao Brasil serão distribuídos imediatamente aos estados com estoques críticos."