Conselho de Secretarias Municipais de Saúde diz que falta dos remédios está relacionada a escassez no mercado, requisições em quantidade insuficiente pelo Ministério da Saúde, atrasos dos fornecedores, e aumento da demanda.
Foto: AMANDA PEROBELLI/REUTERS
Quase 40% dos serviços de saúde do estado de São Paulo estão com estoques zerados de remédios que fazem parte do chamado 'kit intubação'. O levantamento é feito pelo Conasems (Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado de São Paulo).
Para a pesquisa, o Conselho buscou dados das 645 cidades paulistas por meio do Sistema de Monitoramento de Consumo e Estoque dos Medicamentos do Kit Intubação (MedCovid), desenvolvido pela Coordenadoria de Assistência Farmacêutica (CAF), da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
Quando analisado o abastecimento de bloqueadores neuromusculares, um dos medicamentos do "kit intubação", foram identificadas atualizações de 265 municípios, representando 1.514 serviços de saúde.
Até o dia 5 de abril, o conselho identificou que de um total de 1.514 serviços municipais de saúde, 59% possuem apenas sete dias de estoque de bloqueadores neuromusculares e destes, 39% (ou 591) estão zerados em seu fornecimento. A mesma situação é observada em relação aos sedativos, onde 61% de 931 serviços municipais possuem estoque para sete dias e 36,7% (342) destes já estão zerados.
De acordo com o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde, a falta dos remédios está relacionada à escassez desses insumos no mercado nacional, requisições em quantidade insuficiente pelo Ministério da Saúde, atrasos dos fornecedores, e ampliação do consumo devido à intensificação da pandemia da Covid-19.