Fundação sugere medidas mais rigorosas de restrição da circulação para evitar disseminação de variante
Uso de máscaras é indicado para evitar transmissão da covid-19 . Fernando Frazão/Agência Brasil
A variante mais contagiosa da covid-19 se tornou predominante em pelo menos seis estados, aponta estudo divulgado nesta 5ª feira pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O número, porém, pode ser maior, pois a pesquisa foi feita somente em oito dos 26 estados.
O estudo indica que os casos de coronavírus eram de variantes mais agressivas em:
71,1% dos casos analisados no Ceará;
70,4% dos do Paraná;
63,7% de Santa Catarina;
62,7% do Rio de Janeiro;
62,5% do Rio Grande do Sul;
50,8% de Pernambuco.
Apenas dois estados tinham menos da metade dos casos sendo de mutações da covid-19:
Alagoas, com 42,6% de casos da variante mais contagiosa;
Minas Gerais, com 30,3%.
Novo protocolo
As mutações foram identificadas graças a um novo protocolo de RT-PCR desenvolvido pela Fiocruz Amazonas.
O exame é capaz de detectar a mutação comum em três das chamadas "variantes de preocupação" que circulam no mundo: a P.1, identificada inicialmente no Amazonas; a B.1.1.7, do Reino Unido; e a B.1.351, da África do Sul.
Segundo a Fiocruz, "há indicações de que a prevalência que está sendo observada nos estados esteja associada à P.1 [mutação surgida no Amazonas], uma vez que as outras duas variantes [da África do Sul e do Reino Unido] não têm sido detectadas de forma expressiva no território brasileiro".
Restrições
O estudo conclui que é necessária a "imediata adoção ampla de medidas não farmacológicas de proteção com o objetivo de reduzir a velocidade da propagação e o crescimento do número de casos".
Entre as medidas estão o distanciamento físico, o uso de máscaras, a higiene das mãos e a adoção de medidas mais rigorosas de restrição da circulação e das atividades não essenciais.