Segundo o MP, ex-governador de SP recebeu mais de R$ 10 milhões da Odebrecht em doações de campanha não declaradas.
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O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou nesta quinta-feira (23) o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), por falsidade ideológica eleitoral, corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo recebimento de mais de R$ 10 milhões em doações não contabilizadas da Odebrecht.
Na semana passada, o ex-governador foi indiciado pela Polícia Federal por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e caixa dois eleitoral. Na ocasião, ele afirmou não ter sido ouvido durante o processo, mas se comprometeu a “prestar contas” à Justiça.
O indiciamento de Alckmin também gera impasse dentro do PSDB. O ex-governador estava prestes a ser anunciado como coordenador do plano de governo da candidatura à reeleição do prefeito Bruno Covas (PSDB).
Em entrevista coletiva concedida nesta semana, o atual governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que não vê qualquer dano à campanha de Covas.
Por meio de nota, Marco Vinholi, presidente estadual do PSDB-SP, afirmou que o partido "reitera sua confiança na idoneidade do ex-governador Geraldo Alckmin".
"Em seus mais de 40 anos de vida pública, Alckmin manteve uma postura de retidão e respeito à lei sem jamais abrir mão dos princípios éticos e de seu compromisso em servir ao setor público e ao cidadão", disse. Ainda segundo Vinholi, o PSDB-SP acredita "na Justiça e temos convicção de que, ao final do processo, os fatos serão devidamente esclarecidos".
José Serra investigado
O senador José Serra, também do PSDB, foi alvo de uma operação da Polícia Federal no início da semana, por suspeita de caixa 2 na campanha eleitoral ao Senado em 2014.
Serra é suspeito de integrar um esquema de doações via caixa 2 que teria irrigado sua campanha com R$ 7 milhões em 2014. O fundador da Qualicorp, José Seripieri Filho, seria o administrador dos recursos e foi detido na operação.
A investigação apura se houve contrapartida do senador. A Justiça Eleitoral de São Paulo também determinou o bloqueio das contas dos investigados. Foram cumpridos quatro mandados de prisão temporária e 15 de busca e apreensão.
Entre os endereços, estava o gabinete de Serra em Brasília, mas o acesso da Polícia Federal ao local foi proibido. A ordem partiu do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), sob a alegação que a investigação não contava com elementos da atuação parlamentar de Serra.
Na sequência, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffloli, suspendeu a decisão da Justiça Eleitoral com base neste argumento.
FONTE: UOL